A minha saída da FTW

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Hoje escrevo aquilo que há uns anos cheguei a pensar que poderia nunca acontecer. Hoje escrevo aquela que considero a minha despedida à organização e casa For The Win Esports.

O meu trajeto pela FTW começou depois de um convite que me foi feito para que entrasse na equipa de League of Legends já que estaria a surgir a primeira grande liga portuguesa do título: a LPLOL – convite esse, que aceitei na altura juntamente com o Grande Mowzassa. Apesar da nossa participação não ter sido a melhor, continuo a relembrar-me com imenso carinho dessa fase da minha vida. Uma fase que não hesitou a ensinar-me algumas lições importantes que carrego comigo até ao dia de hoje.

Sinto que o meu primeiro verdadeiro contributo para a casa no entanto foi mesmo feito com o início da equipa de streamers FTW. Algo que teria começado como um projeto entre amigos num escritório em Aveiro tornou-se lentamente, e em associação à organização, algo com uma dimensão completamente diferente. Anos mais tarde, já tivémos streamers incríveis a começarem na FTW e a crescerem com a casa, que de certa forma continua a ser a maior academia de streamers do país. E posso dizer, que ter partilhado a casa com tantos talentos e tão distintos, tem sido um verdadeiro orgulho e algo do qual também me irei lembrar com carinho durante muitos anos.

Além disso, participei também na equipa de Overwatch da FTW, equipa com imenso potencial na altura, que infelizmente teve uma longevidade mais limitada do que gostaríamos, mas que ainda existiu tempo suficiente para conquistarmos um troféu de primeiro lugar na Dreamhack Valencia.

O meu tempo como jogador ‘profissional’ tinha chegado por fim, mas a minha carreira como streamer e mesmo como comentador ocasional estaria a começar – e que considero ter sido uma das melhores decisões da minha carreira. Por vezes, por mais que gostemos de um determinado projeto, precisamos de o deixar no passado para que algo novo possa florescer.

Desde a minha entrada na organização que há alguém que esteve sempre presente, e a quem devo um agradecimento enorme: Ramiro Teodósio. Alguém que me mostrou o que é estar-se realmente apaixonado por um projeto nosso, e alguém que me mostrou o quanto temos que trabalhar se queremos realmente atingir os nossos objetivos numa área de alguma volatilidade e de muita incerteza. Alguém que me ensinou bastantes lições ao longo dos anos. Alguém que me conseguiu levar até à televisão pela primeira vez, e que facilitou a entrada em projetos como a RTP Arena e a SIC Advnce. Alguém que, no fundo, me conseguiu abrir os olhos para a realidade e para o que era possível fazer.

Toda a staff da FTW tem também sido incrível comigo ao longo dos anos, mas tenho que deixar alguns agradecimentos especiais: Aos incríveis Guggas, Farinha, MaxMoshe, SirMedjay, Galvão e tantos outros – o meu sincero obrigado pelos momentos, pelo apoio, pela simpatia, pelo profissionalismo, pela diferenciação e pela alegria com que me cumprimentavam inclusivamente em qualquer evento.

Contudo, tudo o que é bom chega ao fim, e como tinha mencionado anteriormente, sinto agora que por vezes temos de deixar um projeto, por mais querido que seja, para trás para que possamos verdadeiramente olhar para o futuro.

Tanto eu como a Gi concordámos entrar em 2023 de uma forma diferente. Quisemos que fosse um ano de profissionalização, de restruturação e de começo de novos projetos. Sentimos também que para isso acontecer, precisamos de recomeçar de certa forma – razão pela qual decidimos tomar a decisão de abandonar aquela que tem sido a “minha casa” na maior parte da última década. Acreditem ou não, foi provavelmente a decisão mais difícil da minha carreira, mas que não teria sido tomada se não a achássemos essencial para a nossa perspectiva de futuro.

Ficam as memórias, os momentos partilhados, as lições, os altos e certamente que também os baixos. Fica para trás uma fase de constante aprendizagem, e ficarão certamente bastantes saudades de todos.

Gostava de terminar esta espécie de “carta” com um desejo de muita sorte a todos os envolvidos com o projeto FTW e em especial ao Ramiro Teodósio. Posso já não ter a fénix ao peito, mas continuarei a acompanhar e a torcer pelo sucesso da casa.

Beijinhos, abraços e também juízo a todos. Vemo-nos por aí!

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