Black Myth Wukong – Quebra Preconceitos

wallpaper de black myth wukong


“Vaporware, um software ou hardware que é anunciado por um desenvolvedor muito antes do seu lançamento, mas que nunca chega a entrar em produção, tenha ele começado a ser desenvolvido ou não.” É uma forma estranha de começar um texto, não acham?

Este é um termo que tem vindo a ser utilizado em demasia na indústria de videojogos, tanto para Black Myth: Wukong tanto para jogos como The Day Before, títulos que nos saltam à vista e que nos fazem coçar a cabeça ao apresentarem uma qualidade a par de estúdios compostos por centenas de pessoas.

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Black Myth: Wukong – Official Trailer | gamescom 2023

Isto é sentimento característico em grande parte dos recém revelados títulos provenientes de estúdios chineses, um mercado que fazia a sua aposta no mobile e que recentemente tem surpreendido com tudo aquilo que mostra.

Lost Soul Aside, Phantom Blade Zero e claro Black Myth: Wukong fazem parte da lista de jogos chineses que integram uma ainda maior lista de jogos asiáticos não desenvolvidos no Japão como Stellar Blade (Coreia) que de há quatro anos para cá nos mostram a força e aposta feita do outro lado do globo e assim rotulados como, “Vaporware”.

Bem, fico feliz por dizer que a minha viagem à Gamescom permitiu derrubar tais barreiras e posso dizer de forma convicta que Black Myth: Wukong é real, jogável e igualmente surpreendente.

30 minutos foi o período que tive oportunidade de jogar Black Myth: Wukong, com 4 Bosses distintos que poderia escolher derrubar livremente. Só a partir daqui é desafiante, um título caracterizado como sendo um Souls, com apenas 30 minutos para derrotar 4 Bosses, sem prática e conhecimento das mecânicas.

Como poderão perceber, derrotei apenas um dos quatro, sem intenção de repetir o feito dada a gigantesca fila de espera que cobria grande parte do recinto. Mas mesmo no meio da derrota, consegui levar comigo tudo aquilo que queria retirar do jogo.

Mecanicamente é de facto um Souls, mas não um Dark Souls ou Elden Ring, mais como um Bloodborne ou até mesmo um Nioh, mais agressivo, rápido, sem blocks que vos permitam defender dos poderosos golpes inimigos. É um jogo que promove a agressividade e que exige que estejam praticamente sempre em cima do adversário.

Talvez por isso tenha adorado as habilidades que o Rei Macaco possuía, como a capacidade de transformar-se a si em pedra ricocheteando qualquer golpe, transformar-se em nuvem evitando poderosos ataques e reposicionando-se como bem pretendia e até transformar-se num poderoso ser coberto por chamas, a relembrar um pouco o Devil Trigger de Devil May Cry.

Variedade é algo que não falta em Wukong, desde a forma de abordar cada combate como o próprio Kit de habilidades que escolhemos. A arma Ruyi Jingu Bang pode parecer um simples bastão, mas basta lembrarem-se do original Dragon Ball para saber que este simples bastão tem na verdade várias formas, tamanhos e pesos, sendo perfeito para um jogo de ação.

Ainda assim nem tudo serve de elogio. Apesar de reconhecer qualidade naquilo que vi na Gamescom, senti o jogo um pouco “preso” ou lento para algo que se defende rápido e agressivo. O consumo de poções de cura é ainda mais lento que Dark Souls e os próprios golpes demoravam a ser executados. São pequenas coisas que acredito serem melhoradas e afinadas até ao lançamento em 2024, mas que tornam-se essenciais considerando o género.

Visualmente é incrível, muito melhor que os vídeos que podem assistir no YouTube. Adeus ao filtro nebulado que arruína a demonstração de tantos jogos, para nos presentear com um grafismo brilhante e físicas que me deixaram de queixo caído. Desde a neve que se arrastava por entre a pernas do mítico bípede às ondas de sangue criadas na troca de golpes entre mim e Tiger Vanguard.

Como em qualquer Souls, os bosses são parte integrante da experiência e fico feliz em reconhecer que não falhou. Desde os diferentes ambientes em que defrontei cada um deles com o combate frente ao Tiger Vanguard a ficar retido na memória até aos dias de hoje, como a dificuldade sentida contra Poisonous King, pela variedade de ataques e imprevisibilidade do mesmo. 30 minutos foi definitivamente pouco tempo e só foi pena o tamanho da fila.

É bom ver este mercado a quebrar pouco a pouco os preconceitos, ensinando às restantes regiões que são um dos futuros grandes impulsionadores dos videojogos, algo já observado através da HoYoverse com Genshin Impact. Não é uma estreia para estúdios orientais, simplesmente parece que agora, as suas produções são suficientemente interessantes para ficar sob o olhar dos milhares de fãs de videojogos.

Entrar no pavilhão 6 do Koelnmesse e ver que as maiores filas de espera de toda a feira eram para Black Myth: Wukong e Zenless Zone Zero, com pessoas a aguardar mais de 4 horas para os experimentar, enche-me de orgulho. Os videojogos não se restringem a Estados Unidos, Europa e Japão e cada vez mais vemos isso. Resta-me aguardar pelo que aí vem de Black Myth: Wukong, definitivamente verdadeiro e com mecânicas diferenciadoras que vão apelar a fãs do género. Que seja um dos vários sucessos que nos reserva do mercado Chinês.

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